O sonho da casa própria está no DNA dos brasileiros e continua marcante em nossa cultura. Será?

Podemos ter certeza disso, pois quando observamos os dados da PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2015 a qual estima a existência de 68 milhões de domicílios no Brasil, temos que 74,8%, a imensa maioria, são classificados como próprios (os demais são alugados ou cedidos).

Tal pesquisa também apresenta um crescimento anual de 1,5 milhão de unidades por ano e com pouca variação no percentual mencionado, ou seja, existe e continuará existindo uma enorme demanda de projetos e de obras para nossos arquitetos e engenheiros, tanto para casas unifamiliares quanto para condomínio de apartamentos.

Existe a demanda, mas será que aplicar os conceitos de sustentabilidade é de fato algo necessário?

Uma pesquisa nacional de opinião encomendada pelo Ministério do Meio Ambiente chamada “O que o brasileiro pensa do meio ambiente e do consumo sustentável“ e publicada em 2012 mostra claramente a evolução da consciência ambiental quando comparada com uma pesquisa de 1992, onde 46% dos brasileiros não sabiam sequer mencionar um problema ambiental na sua cidade ou bairro e, em 2012, esse número é de apenas 10%. Além disso, nessa pesquisa, 82% das pessoas entrevistadas disseram não estar dispostas a ter mais progresso, se isso acontecer à custa da depredação dos recursos naturais do país.

Mas só isso é suficiente para promover a construção de uma edificação sustentável?

Talvez não, mas temos um terceiro fator, que quando somado a demanda de domicílios próprios e ao crescimento da consciência ambiental, faz toda a diferença, que é a redução das despesas com contas de luz, água e gás para uma família que são resultados básicos e esperados de qualquer edificação sustentável.

Com esse tripé, temos os incentivos necessários para a concepção de edificações residenciais mais sustentáveis. Além disso, esse processo pode ainda ser pautado por requisitos técnicos desenvolvidos e validados por grandes especialistas, ou seja, fazendo-se o uso de uma certificação verde que traga um bom direcionamento e grande credibilidade, evitando-se assim resultados desastrosos e os famosos “falsos verdes” (greenwashing).

Nesse sentido, a Certificação CASA, lançada de forma pioneira pelo GBC Brasil em 2014, se torna uma ferramenta eficaz para o projeto e construção de casas ou edifícios residenciais sustentáveis. Seu referencial foi elaborado por diversos especialistas e contou com mais de 200 voluntários durante sua revisão, bem como, tomou como base a certificação internacional de maior reconhecimento global, a Certificação LEED que acaba de completar 16 anos de existência e já conta com mais de 32.000 certificados já emitidos em todo mundo.

O Referencial GBC Brasil CASA é composto de requisitos obrigatórios (pré-requisitos) e de créditos distribuídos em 8 categorias (ver quadro) e que quando atendidas as suas disposições geram uma pontuação.

De acordo com a pontuação total, a edificação pode obter sua certificação nos seguintes níveis: Verde (40-39 pts), Prata (50-59 pts), Ouro (60-70pts) e Platina (+80pts). Tais níveis refletem o grau de desempenho ambiental e os investimentos tecnológicos aplicados ao projeto e a construção.

Recomenda-se a realização de um estudo com a avaliação do atendimento dos pré-requisitos e créditos do GBC CASA (diagnóstico), mesmo que de forma preliminar, visto que ajudará a identificar todos os benefícios, as modificações e os investimentos necessários, reduzindo as incertezas e direcionando bem o processo.

Por fim, como existem bons fatores motivadores e a disponibilidade de uma boa ferramenta de certificação em mãos, temos que dar o próximo passo, que é o de promover e incentivar os projetos mais sustentáveis, seja pela proposição por parte dos arquitetos e engenheiros para seus clientes, seja por nós, como clientes, exigirmos esse maior desempenho por parte de quem projeta, vende ou constrói as nossas moradias.

Faça sua parte, pois um mundo melhor sempre começa em nossa casa!

 

Fonte: Condomínios Verdes

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