Em SP, taxa média consolidada chegou a 2,90% no 1º semestre
Cenário econômico desafiador e empenho das administradoras por maior eficiência nos gastos condominiais nos últimos tempos já refletem no bolso das famílias e, consequentemente, nas taxas de inadimplência dos boletos.
É o que avalia a AABIC (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), a maior entidade representativa do segmento de São Paulo, sobre o levantamento mais recente do Ipemic (Índice Periódico de Mora e Inadimplência Condominial).
No consolidado do primeiro semestre de 2019, o índice médio de inadimplência nos condomínios de todo o estado de São Paulo ficou em 2,90% – o menor percentual já registrado para o período dos seis primeiros meses do ano desde a criação da série histórica, em 2004. No primeiro semestre daquele ano, o percentual chegou a 5,93%.
A associação considera devedor inadimplente para cálculo do Ipemic os proprietários e inquilinos que atrasam o pagamento da cota condominial por 90 dias após a data do vencimento. Ou seja, para ser considerado inadimplente no final do mês de junho, o morador não pagou os boletos do condomínio de abril, maio e junho de 2019.
Os dados abrangem uma amostra de 3.460 condomínios do Estado. O baixo percentual do Ipemic para inadimplência no consolidado do semestre deste ano é significativamente inferior ao ápice registrado pela entidade, de 6,46% em igual período de 2005.
De acordo com o presidente da AABIC, José Roberto Graiche Júnior, a baixa recorde reflete o comportamento de duas importantes vertentes que impactam o índice. Uma vertente é a atuação das administradoras, na busca por maior controle dos gastos condominiais para impedir aumentos substanciais nos boletos, além de maior pressão na cobrança dos atrasos.
A outra vertente é a das famílias, que apertaram o cinto para adaptar o orçamento doméstico ás condições mais adversas da economia do país nos últimos anos.
No primeiro semestre de 2018, por exemplo, o índice chegou a 3,35%. Na época, avalia o dirigente da entidade, as pessoas buscaram adaptar os custos em razão da alta das taxas do desemprego e a perda do poder de consumo.
“As empresas estão optando por uma gestão mais conservadora dos recursos, priorizando obras e reparos mais urgentes, adiando projetos mais custosos, além de uma cobrança mais enérgica dos inadimplentes”, diz o executivo.
“Como a demora na reação da economia, os condôminos também precisaram buscar condomínios com taxas mais baixas, que de fato cabem no bolso”, completa.
Apesar da baixa recorde na inadimplência, o levantamento da associação mostra que ainda é significativo o percentual de moradores que atrasam o pagamento do boleto de condomínio no mês de vencimento.
O índice de mora, que mede os percentuais de boletos emitidos e não pagos dentro do próprio mês, foi de 6,54%. Este percentual é próximo do patamar de 2016 (6,53%), um dos piores anos da crise econômica no Brasil.
Apesar do maior controle sobre os gastos, avalia Graiche Júnior, as famílias administram os vencimentos das contas para priorizar os pagamentos considerados mais urgentes.

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