O Rio de Janeiro recebeu ontem o certificado de Patrimônio Mundial declarado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), na categoria Paisagem Cultural. O título foi entregue em cerimônia no Centro de Visitação das Paineiras, aos pés do Cristo Redentor, quatro anos após a cidade ter a candidatura aceita.
Durante a cerimônia foi também empossado o comitê gestor, que vai cuidar da preservação da paisagem. Representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Ministério do Meio Ambiente, Associação de Empreendedores Amigos da Unesco, além dos governos estadual e municipal do Rio e parceiros privados e públicos montaram um dossiê de candidatura. Após a aceitação, eles tiveram de apresentar um relatório detalhado mostrando como o patrimônio será preservado, o que ocorreu em 2014.
No documento entregue, o Rio se comprometia a, entre outros itens, recuperar monumentos do Parque Nacional da Tijuca, como fontes, bicas e capela, e reformar os postos de salvamento da orla de Copacabana. Por isso, só agora, no entanto, o certificado foi finalmente entregue.
Além da orla de Copacabana e o Parque Nacional da Tijuca, o Parque do Flamengo e o Jardim Botânico estão também entre os locais que deram o reconhecimento à cidade. O título, no entanto, pode ser retirado, se o plano de preservação não for cumprido.
Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Rio passou a ser primeira área urbana no mundo a ter reconhecido o valor universal da sua paisagem urbana, ancorado na relação entre homem e natureza.
O Comitê Gestor do Sítio Patrimônio Mundial será coordenado pelo Iphan, e composto por 20 membros que incluem representantes do Instituto, dos Ministérios da Defesa e Meio Ambiente, da prefeitura, do governo do estado, da Unesco, além da sociedade civil e organizações não governamentais.
Campanha para salvar o Cristo
A Arquidiocese do Rio lançou a campanha “Amigo do Cristo Redentor”. O objetivo é angariar fundos para continuar a implementar as ações necessárias à conservação do monumento e ao conforto dos visitantes. A Igreja Católica informa que o Cristo não recebe nada da bilheteria de acesso ao Parque Nacional da Tijuca e que, por isso, precisa de apoio das pessoas. Os gastos previstos são de R$ 5 milhões ao ano.
De acordo com a empresa Cone Sul Construções, que cuida da manutenção do Cristo, a estátua precisará passar, em 2017, por intervenções emergenciais que evitem o risco eminente de danos irreversíveis e por outras de conservação preventiva. Os interessados em ajudar podem acessar o site www.cristoredentoroficial.com.br.
Fonte: O Dia