Casos de furtos e roubos às residências têm crescido de forma bastante expressiva, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro. Segundo um recente estudo divulgado, de janeiro a agosto deste ano, foram registrados 856 casos na capital, sendo que no mesmo período, em 2015 ,foram 751. Um aumento de 14%, ou, 105 casos a mais, se comparados. Um risco ainda maior em época de comemorações.
Nas festas de fim de ano, quando o número de visitantes transitando pelas portarias aumenta, apartamentos e casas ficam mais vulneráveis a esse tipo de crime. Para prevenir, especialistas dão dicas sobre como não descuidar da segurança e curtir as festas de fim de ano com tranquilidade e segurança. Muitos roubos e assaltos a prédios e condomínios ocorrem por falta de atenção dos moradores e funcionários, como explica o advogado especializado em direito imobiliário Luis Guilherme Russo. “Um equívoco básico é o morador entrar no condomínio juntamente com visitantes. Visitas devem sempre passar por um sistema de identificação, por mais incômodo que esse procedimento possa parecer. E o condômino jamais deve pedir ao porteiro que permita a entrada de alguém que ainda não tenha de fato chegado. A visita deve ser anunciada ao morador na hora”, enfatiza Russo.
Entregas – Deixar o controle remoto da garagem dentro do carro ou pedir para o entregador de pizza subir no apartamento são atitudes cômodas, mas que podem colocar em risco a segurança dos condomínios, principalmente com o aumento de entregas e correspondências que acontecem na época. Por isso, além do controle dos visitantes convidados pelos moradores, medidas que dizem respeito a entregadores ou prestadores de serviços do prédio devem estar previstas no conjunto de normas, como ensina Luis Guilherme: “Moradores sempre devem descer para receber as encomendas dos entregadores na portaria. Outra ação muito importante é a criação de um cadastro de prestadores de serviços que podem entrar no condomínio desde que autorizados na data e hora marcada. Verificar se há estranhos nas imediações ou se os funcionários da portaria estão devidamente posicionados, também são medidas imprescindíveis. Aliás, porteiros nunca devem deixar seus postos,mesmo que por poucos minutos, sem contar com uma cobertura”, enfatiza Guilherme.
O importante é não flexibilizar as normas mesmo com o grande fluxo de pessoas circulando pelas portarias nesses períodos de festas, afirma o subsíndico Michel Matias. “O que a gente procura fazer, principalmente, é reforçar os procedimentos de segurança que já são comuns do dia a dia. É fato que alguém mal intencionado pode tentar se aproveitar dessa movimentação para tentar driblar a segurança. Por isso, mesmo dando muito trabalho ou deixando impaciente uma ou outra pessoa, não podemos relaxar nos procedimentos que devem ser realizados”, ressalta Matias.
Procedimentos – Em qualquer época do ano as rotinas de segurança das portarias são eficientes, na opinião de Michel, desde que, mesmo em clima de confraternização, os procedimentos continuem sendo rigorosamente cumpridos. “Mesmo aquelas visitas frequentes devem sempre ser anunciadas aos moradores. Manter o cadastro de moradores sempre atualizado, sem deixar de acrescentar nenhum novo morador, também é extremamente importante. Na entrada de carros, sempre usar luz baixa e solicitar que o motorista ilumine o interior dos veículos. E ainda, manter a atenção nas portarias, a presença de equipamentos como rádio e TV é incorreta e pode tirar a atenção do profissional. Apenas um monitor com imagens do circuito de câmeras deve ser mantido. É o básico, mas é o que dá resultado”, ensina Michel.
Novidade – A tecnologia é cada vez mais protagonista na segurança das residências e como mais nova aliada da segurança surge a portaria virtual. O sistema permite o acesso de visitantes e prestadores de serviços através controladores que estão reunidos em uma central, treinados para realizarem um protocolo de atendimento. Com um clique, eles podem acionar os portões de acesso, como explica o engenheiro Gilbert Ponciano Ferreira, da Portaria Prime. “O funcionamento da portaria virtual é muito simples. A equipe é realocada para uma sede, criando uma central tecnológica, reduzindo gastos e aumentando a eficácia. Assim, a central passa a monitorar o fluxo de entrada e saída de pessoas 24h por dia, durante todos os dias do ano, com a utilização de dispositivos de monitoramento, acesso controlado, comunicação digital e sensores de presença, como câmeras em alta resolução, sistemas de identificação anti clonagem, alarmes, leitores biométricos, equipamentos de radiofrequências criptografados, entre outros. Todos os moradores e pessoal habilitado são previamente cadastrados para que suas entradas e saídas sejam fluídas, sem necessidade de intervenção, direcionando toda atenção apenas para os visitantes”, conclui o engenheiro.
Diferencial – Enquanto muitos condomínios apostam em equipamentos de segurança, os lançamentos mais recentes já incluem esses itens. É uma preocupação cada vez maior das incorporadoras, que têm dado cada vez mais atenção ao assunto, como explica o diretor da construtora Pinto de Almeida, Naum Ryfer. “Para a maioria dos clientes a tranquilidade de saber que o condomínio possui uma boa infraestrutura de segurança é fator importante na hora da decisão de compra. Por isso, usualmente os empreendimentos são dotados de automatização das garagens com acionamento por controle remoto, câmeras de segurança com gravação de imagens nas áreas comuns; segurança perimétrica; microcâmeras nos elevadores; e guaritas para identificação de carros e de pedestres, com câmeras de TV e controle para identificação obrigatória de visitantes. Empreendimentos comerciais são entregues com estação de cadastramento com webcam na recepção; catracas eletrônicas instaladas no térreo para controle de acesso de pedestres no prédio; câmeras de segurança com gravação de imagens no hall de entrada e nos halls dos andares”, destaca Ryfer.
Fonte: O Fluminense