Quando um jovem deixa a casa dos pais, é comum ouvir algo como “alugar é um desperdício de dinheiro, está jogando seu dinheiro fora”. Mas será que isso é, necessariamente, verdade? Muitos especialistas em investimentos discordam dessa afirmação, já que, antes da pandemia, a compra de imóveis não era considerada mais um investimento vantajoso e a diferença entre o valor do aluguel e da parcela que, normalmente era mais alta, podia ser colocado em opções mais rentáveis.
Entretanto, a necessidade de isolamento social causou transformações drásticas em todos os mercados, inclusive no imobiliário. Todavia, com as pessoas passando mais tempo dentro de casa e buscando conforto e espaço, esse foi um dos setores que mais se manteve aquecido em 2020. O índice que, geralmente regula os contratos de aluguel, o IGP-M, nos últimos 12 meses, por exemplo, acumulou uma alta de 24,52%, elevando os valores mensais.
Levando isso em consideração e com a taxa Selic baixa, é natural que o consumidor passe a considerar o financiamento imobiliário como uma boa alternativa. “O Brasil possui um nível de juros de financiamento muito baixo. O que significa que a parcela da compra tende a caber no bolso do brasileiro. O momento para compra é bom, porque você constrói um patrimônio com juros baixos. Por mais que seja um endividamento, é algo de risco controlado e a construção do patrimônio é uma grande vantagem. Com a taxa de juros no patamar mais baixo da história do Brasil, a parcela costuma ser, em muitos casos, até menor do que o valor do aluguel”, explica Sergio Castelani, economista do DataZAP.
Segundo o economista, a compra de um imóvel financiado pode ser interessante até para investimento e não só para moradia. Com a pandemia, os principais investimentos mais comuns e conservadores deixaram de ser atrativos. Contudo, esse cenário pode se reverter nos financiamentos de juros pós-fixados, se a taxa voltar a subir, a compra não será mais tão vantajosa. E o valor mensal do aluguel voltará a ser mais baixo do que as parcelas.
“Alugar não é um desperdício de dinheiro. Essa é uma percepção bastante errada. Depende do momento. Se você está analisando do ponto de vista de que não está construindo um patrimônio, pode parecer que está desperdiçando. Contudo, se você estiver em um momento de muita incerteza quanto ao futuro, talvez não valha a pena fazer uma dívida de tão longo prazo, que possa virar um grande problema”, analisa o economista.
A dica para tomar essa decisão é avaliar o cenário econômico e sua relação com o morar. Você tem necessidade e desejo de ter um imóvel a curto ou médio prazo? O seu estilo de vida e de trabalho exige uma certa flexibilidade para mudanças? Outros critérios a considerar são sua renda, estabilidade financeira, as taxas de juros, a rentabilidade dos investimentos de renda fixa, os custos que um imóvel pode trazer, o valor do bem e as perspectivas para os mercados financeiro e imobiliário.
Para ajudar nessa conta, a jornalista e especialista em planejamento financeiro Nathalia Arcuri, criadora do blog e canal do YouTube Me Poupe!, desenvolveu um simulador que considera alguns desses critérios. O serviço calcula quanto de dinheiro você perderia ou ganharia se escolhesse o aluguel e investir a diferença em uma renda fixa e afirma qual a melhor opção para você diante do cenário econômico. Confira aqui!
Fonte: Revista Casa & Jardim